Não basta ter conhecimentos técnicos e ótimas ideias. É necessário envolver pessoas e formar uma equipe de verdade.
Uma das maiores autoridades em execução e liderança, o indiano Ram Charan, destaque alguns segredos.
A execução é uma disciplina que está em vantagem competitiva e hoje
os executivos investem 70% e 80% do seu tempo nisso. Todos precisam
entregar e fornecer resultados e por isso a execução depende basicamente
de se tornar um hábito e uma prática. “Se você vê espaço de melhoria,
diga e faça. A comunicação é o fio que aproxima o mundo e faz dele um
lugar melhor”, ressalta.
Charan destaca três passos fundamentais, muito importantes para a execução, que devem se tornar hábitos pessoais de um gestor.
1º. Passo: Jamais encerre uma reunião sem um fechamento - é
preciso encerrar tendo definido quem vai fazer o que e para quando será
a entrega. “Isso é liderança e só assim é possível melhorar e colocar a
responsabilidade em prática”, explica Charan. O palestrante acrescenta
que toda empresa tem conflitos nesse momento, mas seres humanos
trabalhando juntos é que dão sentido ao que será desenvolvido.
2º. Passo: Siga tudo que você designou, dentro do formatado - o
acompanhamento e a disciplina é que garantem o sucesso da execução.
Charan cita como exemplos empresas como a Apple e a Ford. “Você precisa
conhecer a sua empresa, saber quem é bom e em qual segmento. A execução
requer essa disciplina da repetição”, afirma.
3º. Passo: Faça sempre uma avaliação dos resultados e dê feedback - uma
avaliação relevante e construtiva deve ser feita em 24 horas, no máximo
em 26. “Um treinador não espera um ano inteiro para avaliar seu atleta.
Isso ocorre logo depois da partida e é assim que deve ser”, compara
Charan. Segundo ele, não precisa ser nada longo. São apenas algumas
palavras que não serão esquecidas pela pessoa. Ela irá melhorar ao longo
do ano, em suas próximas atividades. Além disso, vai saber que isso é
importante para o desenvolvimento dela.
Pessoas certas
Charan reforça a necessidade de os gestores praticarem os três hábitos com seus subordinados diretos e a partir daí identificarem as pessoas certas para cada cargo. “Não terceirizem essa função porque bons líderes têm que saber escolher a sua equipe”, aconselha.
Charan reforça a necessidade de os gestores praticarem os três hábitos com seus subordinados diretos e a partir daí identificarem as pessoas certas para cada cargo. “Não terceirizem essa função porque bons líderes têm que saber escolher a sua equipe”, aconselha.
Para mostrar como a escolha de pessoas define diretamente o resultado
de importantes decisões, o especialista cita o exemplo da livraria
Barnes & Noble, nos EUA, que não foi capaz de identificar a
necessidade de novas competências para o seu mercado, com o advento das
vendas pela internet, mudanças em logística e estoque. O desempenho da
Amazon.com ressaltou as deficiências da concorrente.
Nesse processo, Charan destaca que muitas vezes é preciso eliminar
intermediários para provocar uma mudança no modelo de gestão. A evolução
do negócio depende do aprendizado de novas habilidades e de dar voz
ativa aos gestores.
Outro exemplo citado foi o que aconteceu com os jornais nos EUA, onde
as principais fontes de renda eram publicidade e classificados. Com a
chegada da internet, foi necessário mudar a estratégia para atrair outro
tipo de publicidade que gerasse renda. E para isso, era necessário
identificar diferentes talentos para esse mercado. Quem não conseguiu
quebrou.
Intuição é uma palavra de cautela que sempre deve estar na mente de
um gestor, segundo Charan. “Pessoas ‘pisam na bola’ apesar de seus
talentos e um líder precisa ter intuição para avaliar os fracassos”,
explica. Nesse caso, o especialista indica que se avalie as causas do
fracasso e redesenhe os processos ao invés de simplesmente demitir.
Não se deve perder talentos para a concorrência. “O grande patrimônio
de uma empresa é o talento preservado e não os resultados financeiros. O
desafio é agrupar talentos que possam trabalhar bem juntos”, afirma.
Desenvolvimento de líderes
O talento para liderança precisa ser transparente em quem ocupa esses cargos. Charan conta que já viu muitos “lobos solitários”, muito inteligentes, hábeis na preparação de apresentações brilhantes, que sabiam todas as respostas, mas que não tinham a capacidade de ouvir, nem de desenvolver equipes e muito menos de lidar com conflitos. “Essas pessoas não são líderes e isso precisa estar bem claro”.
O talento para liderança precisa ser transparente em quem ocupa esses cargos. Charan conta que já viu muitos “lobos solitários”, muito inteligentes, hábeis na preparação de apresentações brilhantes, que sabiam todas as respostas, mas que não tinham a capacidade de ouvir, nem de desenvolver equipes e muito menos de lidar com conflitos. “Essas pessoas não são líderes e isso precisa estar bem claro”.
O palestrante destaca dois critérios essenciais de um líder. O
primeiro é construir equipes, contagiá-las com entusiasmo e fazer dessa
estratégia uma prática. O segundo é a capacidade de desenvolver outros
líderes.
Outra dica do especialista é a necessidade de praticar a tomada de
decisões. Reuniões frequentes são importantes para discutir os pontos
fortes, melhorar. “Faça isso semanalmente, levando em conta os três
passos fundamentais e incentive a criatividade. Se você fizer isso bem
feito, vai vencer”.
Um ponto importante na rotina do líder é saber identificar na sua
equipe quem é o elemento integrador. Charan destaca que os integradores
vão tirar o melhor de cada especialista e criar algo novo, forte e
impressionante. “Ao delegar essa função de integrar, um líder terá
excelentes resultados”, afirma.
Charan termina a palestra com um conselho que sintetiza todos os seus
argumentos: “Não deixe para depois o que depende de você. Pratique,
pratique, pratique!”
(Fonte: HSM )
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