O que esperar de um político candidato que, para aumentar sua
popularidade na internet, paga por perfis já consolidados nas redes
sociais? O que esperar de um político candidato que, agindo assim, em
outras palavras, mente ao seu público através das redes sociais? A
eleição para as prefeituras e Câmaras de Vereadores se aproxima, algumas
definições já aparecem, e essa nova “façanha” de nossos representantes
foi apresentada ao Brasil.
Funciona assim. Na tentativa de conquistar mais votos e se mostrar com
uma grande popularidade na internet, os pré-candidatos passaram a
comprar perfis já estabelecidos. Tentam fixar junto ao eleitor uma
imagem que não é verdadeira. Eles, então, mentem.
Reportagens publicadas no centro do país revelam que o serviço pode ser
solicitado por um valor mínimo de R$ 400,00. Conforme o preço, o
político garante 500 mil seguidores ou mais. A Justiça Eleitoral já
descobriu o golpe e a maior consequência é a cassação de mandato. É
crime porque o candidato passa a contatar um público desconhecido dele e
“comprado". Especialistas destacam, contudo, para o aumento desse tipo
de prática nos próximos meses, em função da proximidade das urnas.
A melhor maneira de combater um candidato mentiroso é não votar em seu
nome e também denunciá-lo como um fraudador de perfis nas redes sociais.
Quem, de uma hora para outra, aparece com milhares de seguidores, tem a
obrigação de se explicar junto à sociedade. A comunidade da internet,
aliás, pode ser a grande aliada na fiscalização e tornar público um
modelo comprado.
De Pelotas, até a última segunda-feira, seis pré-candidatos à prefeitura
variavam o número de seguidores no Twitter entre 561 e quatro mil. Um
cenário aparentemente normal e sem irregularidades. Fácil de monitorar.
A campanha digital já está em prática em todo o Brasil. É a forma mais
rápida e moderna de atingir milhares de pessoas em um único clique. A
rede mundial não beneficiou apenas os candidatos. A própria Justiça
utiliza a ferramenta para aumentar a consciência eleitoral dos cidadãos
através de divulgações e noticiários. Ao mesmo tempo a www desafia quem
deve ficar atento e fiscalizar os abusos previsto em lei. Ao contrário
dos casos flagrados na rua, na internet a chance de uma proposta fora de
época ou ilícita vigorar por meses, até ser descoberta, é grande. E
talvez nem ser identificada.
Os candidatos enxergaram na internet uma mina de ouro. É barata e
eficiente na sua amplitude do ponto de vista promocional. Mas nada
supera a melhor forma de saber quem é o verdadeiro político: a conversa
direta. Afinal, você já parou para pensar se é a mesma pessoa aquela que
você segue nas redes sociais e aquela que senta na frente de um
computador?
(por: Editorial - Diário Popular)
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