Há várias teorias sobre a origem do instrumento, algumas apontando instrumentos similares existentes há milhares de anos antes de Cristo.
A teoria mais popular dava o violão como originado do alaúde. As teorias mais reconhecidas atualmente sustentam que o violão e outros instrumentos de fundo plano tiveram origem comum na khitara helênica (que por sua vez teve origem assírio-egípcia), enquanto que o alaúde e outros instrumentos de fundo convexo se originaram da lira antiga. De seus vários estágios evolutivos, basta assinalar aqui que, nos primeiros anos do século XVII o instrumento já possui 5 cordas e é assim cultivado ao lado de sua aristocrática prima, a vihuela, da qual ele muito pouco diferia. E também que, no séc. XVIII, aparece a sexta corda (a mais grave), e começam a ser estabelecidos os primeiros princípios da técnica moderna.

Os autores citados são classificados com concernentes ao período clássico do violão. O período romântico se inaugura na segunda metade do séc. XIX, com Francisco Tárrega, responsável pelo renascimento do violão naquela época, e considerado por muitos o fundador da escola moderna. Entre seus alunos ilustres figuram Miguel de Llobet, concertista de renome, e Emílio Pujol, autor da “Escuela Razonada de la Guitarra”, onde expõe os princípios da escola de Tárrega, obra considerada imprescindível a qualquer estudo técnico histórico do violão.
O conceito do violão como instrumento erudito firmou-se no séc. XX com Andrés Segovia, cuja fama e virtuosidade o colocaram num plano dificilmente atingível, comparável àquele em que se colocou o violoncelista Pablo Casals. Segovia alargou ocnsideravelmente o repertório do violão, não só através de transcrições, mas também por sua influência junto a grandes compositores não-violonistas que escreveram para ele obras de grande valor artístico, inclusive alguns concertos para violão e orquestra.
Dos compositores do século XX – ainda pela brevidade deste resumo – vamos citar apenas nosso Heitor Villa-Lobos, que foi violonista ocasional (o seu “Choro N° 1” foi gravado por ele próprio, ao violão, em disco de 78 rpm). Seus Estudos e Prelúdios tornaram-se obras imprescindíveis ao desenvolvimento artístico e ao repertório de quem quer que se dedica a estudar violão com seriedade, e são mundialmente conhecidos. As peças de Villa-Lobos aproveitam inteligentemente os recursos peculiares do violão e dificilmente soariam bem em outro instrumento.

(marcelomelloweb)
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