A música é a arte de combinar sons de modo agradável aos ouvidos. Na Grécia Antiga era chamada a «arte das musas», simbolizando a harmonia universal. Platão dizia que a música era a expressão da ordem e da simetria, que através do corpo penetrava na alma e em todo o ser, revelando a harmonia da personalidade total. A musicoterapia é a terapia que faz uso da música, ou de parte dos seus componentes: da melodia, do som, do ritmo e da harmonia, com o objectivo de alterar positivamente o estado emocional, físico, comportamental e cognitivo através das respostas activadas pela música.
Possivelmente a terapia mais usada inconscientemente por todos nós. Saiba mais neste artigo...
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A Musicoterapia
Definição
O uso da música como método terapêutico vem desde o início da história humana. Alguns dos primeiros registros a esse respeito podem ser encontrados na obra de filósofos gregos pré-socráticos. Já a sistematização dos métodos utilizados só começou, no entanto, após a Segunda Guerra Mundial, com pesquisas realizadas nos Estados Unidos. O primeiro curso universitário de musicoterapia foi criado em 1944 na Michigan State University.
De acordo com a World Federation of Music Therapy, a Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos constituintes como o ritmo, melodia e harmonia, por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objectivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento.

Processo Terapêutico
O processo da musicoterapia pode desenvolver-se de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, quando o musicoterapeuta toca música para o paciente. Este tipo de sessão normalmente limita-se a pacientes com grandes dificuldades motoras ou em apenas uma parte do tratamento, com objectivos específicos. Na maior parte dos casos a musicoterapia é activa, ou seja, o próprio paciente toca os instrumentos musicais, canta, dança ou realiza outras actividades junto com o terapeuta. A forma como o musicoterapeuta interage com os pacientes depende dos objectivos do trabalho e dos métodos que ele utiliza. Em alguns casos as sessões são gravadas e o terapeuta realiza improvisações ou composições sobre os temas apresentados pelo paciente. Alguns musicoterapeutas procuram interpretar musicalmente a música produzida durante a sessão. Outros preferem métodos que utilizem apenas a improvisação sem a necessidade de interpretação. Os objectivos da produção durante uma sessão de musicoterapia são não-musicais, por isso não é necessário que o paciente possua nenhum treino musical para que possa participar deste tratamento. O musicoterapeuta, por outro lado, devido às habilidades necessárias à condução do processo terapêutico, precisa ter proficiência em diversos instrumentos musicais.
O SOM

Quanto às qualidades físicas, o som pode ser considerado de vários pontos de vista:
- Altura ou frequência: de acordo com o número de vibrações por segundo, sons graves e sons agudos;
- Intensidade: sons fortes e sons fracos;
- Timbre: som resultante de diferentes fontes (por exemplo, piano, órgão, guitarra, voz).

Musicalmente pode ser considerado de outros pontos de vista:
- Duração: maior ou menor duração dos tempos;
- Andamento: modo lento ou rápido;
- Ritmo: movimento regular de elementos fracos ou fortes;
- Melodia: sons con-juntos ou disjuntos, que diferem pela duração, intensidade e entoação;
- Harmonia: sons simultâneos que quando combinados dão origem aos acordes.
Os tratamentos com a musicoterapia abrangem a improvisação musical, a audição, a composição, a discussão, a imaginação, a interpretação e a apren-dizagem através da música. O paciente não precisa de qualquer formação musical para poder beneficiar do tratamento e não existe um estilo particular de música mais terapêutico que outro; existe, sim, a prescrição. A musicoterapia é um trabalho clínico terapêutico e não deve ser confundida com o uso da música para relaxamento ou prazer. Há casos em que a música é composta especificamente para os problemas apresentados pelo paciente, atingindo as áreas que devem ser tratadas (chakras) através da frequência emitida pelas notas musicais que activam respostas a serem interpretadas pelo terapeuta.
O campo de actuação da musicoterapia é vasto e diversificado. Esta pode ser aplicada em várias áreas, como a deficiência mental, a deficiência física, a deficiência sensorial, a psiquiatria, a geriatria e a área social
O campo de actuação da musicoterapia é vasto e diversificado. Esta pode ser aplicada em várias áreas, como a deficiência mental, a deficiência física, a deficiência sensorial, a psiquiatria, a geriatria e a área social
CURIOSIDADE
Os nomes das notas musicais foram dados por Guido D'Arezzo, um monge beneditino francês considerado o pai da música moderna. Para que os seus alunos memorizassem facilmente as notas, extraiu do «Hino a São João» a primeira sílaba de cada estrofe, para formar os nomes das notas musicais:
(DO) - UT queant laxis
(RE) - REsonare fibris
(MI) - Mira gestorum
(FÁ) - FAmuli tuorum
(SOL) - SOLve polluti
(LA) - LAbii reatum
(SI) - Sante Ioannes
(DO) - UT queant laxis
(RE) - REsonare fibris
(MI) - Mira gestorum
(FÁ) - FAmuli tuorum
(SOL) - SOLve polluti
(LA) - LAbii reatum
(SI) - Sante Ioannes
Tradução: A fim de que possam/ teus servos cantar/ em altas vozes/ teus admiráveis feitos/ absolve o crime/ do lábio impuro/ ó S. João.
Obs.: A nota UT, sendo de difícil entoação, foi modificada para DO, das iniciais do apelido de João Baptista DONI (século XVIII); apenas a França continua a utilizar essa palavra latina.
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