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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

08 DE NOVEMBRO - DIA MUNDIAL DO URBANISMO


“Centros urbanos modernos não destroem a experiência humana. O que a destrói é a civilização que adotamos.”
- Milton Santos


Urbanismo: é a ciência humana, de caráter multidisplinar, relacionada com o estudo, planejamento e regulação da CIDADE.

O urbanista é o profissional responsável por todo o espaço urbano, desde os locais de favelas sem infra-estrutura, passando pelas áreas nobres de uma cidade.

O urbanista projeta, organiza, cria, calcula e constrói ambientes de forma harmônica, desenvolve atividades como paisagismo e comunicação visual, faz e executa projetos relacionados ao lixo, à devastação de áreas ambientais urbanas, ao transporte e às construções, sempre buscando soluções para os problemas do planejamento do espaço físico em benefício do bem-estar do homem.
É a arquitetura voltada para as necessidades do cidadão!

O Dia Mundial do Urbanismo foi decretado pela "Organización Internacional del dia Mundial del Urbanismo", em Buenos Aires - Argentina, com o objetivo de repensarmos e refletirmos melhor sobre o urbanismo, bem como as reais condições de vida da população das cidades.
Uma trilogia de elementos naturais é o emblema desta data comemorativa: o sol (representado em amarelo), a vegetação (representada em verde) e o ar (em azul), com o objetivo de fortalecer o equilíbrio entre o meio natural e o meio antrópico (urbanizado) nas grandes cidades.

Mais da metade da população mundial vive atualmente em áreas urbanas por causa da desvalorização da vida no campo e a continuidade do êxodo rural.
Em 1900, um décimo da população da Terra vivia em cidades. Há décadas, quando se falava em ecologia urbana, era basicamente a poluição do ar ou das águas de abastecimento.
Hoje, a complexidade das preocupações ambientais urbanas cresce consideravelmente: Impermeabilização de solos, com impactos diretos sobre a vida da população (enchentes), edifícios doentes, emissão de gases do efeito estufa, poluição do ar, sonora e hídrica; produtos nocivos à camada de ozônio, intoxicação por inseticidas domésticos, contaminação por amianto, ilhas de calor, destruição dos recursos naturais; desintegração social; desemprego; perda de identidade cultural e de produtividade econômica.
As formas de ocupação do solo, o provimento de áreas verdes e de lazer, o gerenciamento de áreas de risco, o tratamento dos esgotos e a destinação final do lixo coletado, muitas vezes, deixam de ser tratados com a prioridade que merecem.

As cidades costeiras com vocação para o turismo, por exemplo, vêm sendo comprometidas cada vez mais pelas descargas de esgotos "in natura" e pelas precárias condições de limpeza pública e coleta de lixo. É nelas que os interesses especulativos imobiliários forçam a ocupação de áreas de preservação ambiental, desfigurando a paisagem e destruindo ecossistemas naturais.

Já as cidades históricas e religiosas como Ouro Preto (Minas Gerais), Olinda (Pernambuco) e Aparecida do Norte (São Paulo) também sofrem com a especulação imobiliária, com a favelização e com o turismo indiferente à preservação do patrimônio cultural e ambiental. Na Amazônia, as atividades extrativistas e o avanço da fronteira agrícola produziram cidades de crescimento explosivo, que se tornaram paradigmas para a degradação da qualidade de vida no meio urbano.


Por isso, um dos grandes desafios do novo milênio é encontrar novos caminhos para as nossas cidades, viabilizando a sua própria existência.

Segundo pesquisa do WorldWatch Institute, "as cidades ocupam cerca de 2% da superfície terrestre, mas contribuem para o consumo de 76% da madeira industrializada e 60% da água doce" e ainda conclui que mudanças em seis áreas - água, lixo, comida, energia, transporte e uso do solo - são necessárias para fazer cidades melhores para as pessoas e o planeta.
Atualmente existe um novo conceito, conhecido como "cidades saudáveis", que busca o desenvolvimento e a melhoria contínua das condições de saúde social e bem estar de seus habitantes.

Segundo a OMS (1995), para que uma cidade se torne saudável, ela deve esforçar-se para proporcionar:

1) um ambiente físico limpo e seguro;
2) um ecossistema estável e sustentável;
3) alto suporte social, sem exploração;
4) alto grau de participação social;
5) necessidades básicas satisfeitas;
6) acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações;
7) economia local diversificada e com inovação;
8) orgulho e respeito pela herança biológica e cultural;
9) serviços de saúde acessíveis a todos e
10) alto nível de saúde.


Para que o Movimento Cidade Saudável se torne efetivo é vital a participação efetiva de cada um de nós. Isso significa mudar os hábitos e desenvolver novas atitudes. Afinal, uma nova cidade começa em nós. É também preciso que todos os setores e segmentos sociais assumam um compromisso em torno de problemas e soluções, estabelecendo-se um pacto ou contrato social em prol do Bem-Estar.

A cidade deve ser entendida como um ecossistema, uma unidade ambiental, dentro da qual todos os elementos e processos do ambiente são inter-relacionados e interdependentes, de modo que uma mudança em um deles resultará em alterações em outros componentes.

A natureza na cidade deve ser cultivada como um jardim, em vez de ser ignorada ou mesmo subjugada. São necessários estudos da natureza da ocupação, sua finalidade, avaliação da geografia local, da capacidade de comportar essa utilização sem danos para o meio ambiente, de maneira a permitir boas condições de vida para as pessoas, permitindo o desenvolvimento econômico-social, harmonizando os interesses particulares e os da coletividade.

Uma cidade sustentável é compacta, cidadã, solidária e planejada sobre os princípios do desenvolvimento sustentável, sendo reconhecida como parte da natureza.
Afinal, mais do que nunca, é hora de sair o cinza e entrar o verde.
É a vez da cidade sustentável!

Fonte: Isabela Antunes Joffe
Site de consulta: http://www.worldwatch.org/

(Templo Cultural Delpos)

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