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terça-feira, 1 de novembro de 2011

BREVE HISTÓRIA DO VIOLÃO

Há várias teorias sobre a origem do instrumento, algumas apontando instrumentos similares existentes há milhares de anos antes de Cristo. 

A teoria mais popular dava o violão como originado do alaúde. As teorias mais reconhecidas atualmente sustentam que o violão e outros instrumentos de fundo plano tiveram origem comum na khitara helênica (que por sua vez teve origem assírio-egípcia), enquanto que o alaúde e outros instrumentos de fundo convexo se originaram da lira antiga. De seus vários estágios evolutivos, basta assinalar aqui que, nos primeiros anos do século XVII o instrumento já possui 5 cordas e é assim cultivado ao lado de sua aristocrática prima, a vihuela, da qual ele muito pouco diferia. E também que, no séc. XVIII, aparece a sexta corda (a mais grave), e começam a ser estabelecidos os primeiros princípios da técnica moderna.

Teve cultores ilustres desde os primórdios de sua existência, com o nome de guitarra espanhola. Citamos Francisco Corbetta, músico de câmara e professor de violão do rei Luís XIV, Robert de Visée, seu melhor aluno e sucessor como guitarrista da corte, Giuliani, Carulli, Aguado, Coste, Carcassi e -- para encerrar esta lista evidentemente incompleta – Fernando Sor, violonista e compositor, a quem devemos algumas das mais belas e bem feitas obras até hoje compostas par o instrumento.

Os autores citados são classificados com concernentes ao período clássico do violão. O período romântico se inaugura na segunda metade do séc. XIX, com Francisco Tárrega, responsável pelo renascimento do violão naquela época, e considerado por muitos o fundador da escola moderna. Entre seus alunos ilustres figuram Miguel de Llobet, concertista de renome, e Emílio Pujol, autor da “Escuela Razonada de la Guitarra”, onde expõe os princípios da escola de Tárrega, obra considerada imprescindível a qualquer estudo técnico histórico do violão.

O conceito do violão como instrumento erudito firmou-se no séc. XX com Andrés Segovia, cuja fama e virtuosidade o colocaram num plano dificilmente atingível, comparável àquele em que se colocou o violoncelista Pablo Casals. Segovia alargou ocnsideravelmente o repertório do violão, não só através de transcrições, mas também por sua influência junto a grandes compositores não-violonistas que escreveram para ele obras de grande valor artístico, inclusive alguns concertos para violão e orquestra.
 
Dos compositores do século XX – ainda pela brevidade deste resumo – vamos citar apenas nosso Heitor Villa-Lobos, que foi violonista ocasional (o seu “Choro N° 1” foi gravado por ele próprio, ao violão, em disco de 78 rpm). Seus Estudos e Prelúdios tornaram-se obras imprescindíveis ao desenvolvimento artístico e ao repertório de quem quer que se dedica a estudar violão com seriedade, e são mundialmente conhecidos. As peças de Villa-Lobos aproveitam inteligentemente os recursos peculiares do violão e dificilmente soariam bem em outro instrumento.



No Brasil o violão encontrou ambiente propício para seu florescimento. Embora considerado “instrumento de malandro” no início do séc. XX, sua popularidade cresceu de tal maneira que hoje não se fala no violão sem citar violonistas brasileiros, tanto no gênero erudito quanto no gênero popular. Impossível deixar de citar a figura romântica de Américo Jacomino, o Canhoto, que não sabia ler música, foi autodidata e tocava com violão invertido, autor de valsas como “Abismo de Rosas”, que mesmo os mais fanáticos cultores do chamado “violão clássico” não ousam ignorar devido à sua grande popularidade. Entre outros, podem ser citados também Isaías Sávio, Dilermando Reis, João Pernambuco, e entre os mais modernos, Baden Powell, Egberto Gismonti, Paulinho Nogueira, Marco Pereira, Sebastião Tapajós, Raphael Rabello, e o Duo Assad, dos irmãos Sérgio e Odair Assad, considerado por muitos como o mais proeminente duo de violões em atividade no mundo hoje.
(marcelomelloweb)

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