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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TAN TAN – UMA HISTÓRIA DE SABEDORIA



Quem nunca ouviu um dos grandes sambas gravados por Paulinho da Viola que termina assim: ‘Tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim. Olha que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, um pandeiro e um tamborim’. Pois bem, isto serve para ilustrar o quanto o tan tan é recente em relação aos outros intrumentos tradicionais, dos quais – embora novato – já faz parte.

Na verdade, o tan tan, um instrumento de percussão responsável por impor a marcação da música foi uma transposição e não, necessariamente, uma invenção. Ele foi trazido de um lugar tido para muitos como um universo muito distante do samba: nada menos que o rock. É isso mesmo! O tan tan, instrumento típico do samba veio do rock.

O responsável por isso foi o músico percusionista do grupo Fundo de Quintal, Sereno, que participava de rodas de música na escola de samba Cacique de Ramos, onde nasceu o grupo, e percebia que a utilização do surdo – um instrumento também de marcação, mas que emitia um som muito forte – acabava abafando o som de instrumentos como o cavaquinho e o violão, que são puramente melódicos e, genuinamente, de volume, relativamente, baixo.

Então, veio a grande sacada. Um instrumento que acompanhava a bateria do rock emitia um som parecido com o do surdo, mas com uma intensidade menor. Este instrumento – o tan tan – foi estudado por Sereno e ganhou uma batida diferente, uma nova forma de ser tocado. Quer aprender? Assista a esse vídeo, que fala sobre o rebolo (uma das variações do tan tan), que possui um som mais agudo, porém com a mesma função e a mesma batida.

Hoje, não há grupo de samba sem tan tan e o tan tan não sobrevive sem um bom sambinha, ou até mesmo axé e pagodes.  Aliás, com o passar dos anos, o tan tan, além de fama, ganhou derivados: a tuba (que possui o corpo mais afilado na ponta final) e o rebolo (que é menor em comprimento do corpo), que têm a mesma função do ‘pai’. Na verdade somente um charme a mais, porém nunca perdendo o papel fundamental de reger o ritmo do samba. Realmente, uma grande responsabilidade para quem é chamado de tan tan.
(sambaemsol.wordpress.com)

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