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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Escritora holandesa, falando sobre o Brasil. Texto bárbaro!

Achei muito bom, para refletirmos, já que estamos acostumados a só falar mal do nosso país....

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc. Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas..
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :)
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!"

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"A INTERNACIONALIZAÇÃO DO MUNDO"

Hoje iniciarei uma série de postagens sobre um homem que eu admiro muito. 
         Trata-se do ex-governador do Distrito Federal, ex-reitor na UNB, ex- ministro da educação, escritor, professor e atualmente senador da república CRISTÓVAM BUARQUE.

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA? CALA BOCA EDUCADÍSSIMO EM QUEM DIZ QUE "SIM".

...discurso que está no livro “100 Discursos Históricos Brasileiros”, do escritor Carlos Figueiredo. Trata-se do discurso intitulado: "A INTERNACIONALIZAÇÃO DO MUNDO".

Em setembro do ano 2000, enquanto a ONU realizava o Fórum do Milênio em Nova York, foi realizado na mesma cidade um debate pelo State of the Word Forum sobre temas de importância mundial. Um grupo de universitários americanos, através da Universidade de Nova York, convidou o senador Cristovam Buarque para o debate, pois eles haviam tomado conhecimento que ele seria uma pessoa que valeria a pena ser ouvida.

Enquanto se realizava o fórum, levantou-se um universitário americano e fez a seguinte pergunta ao senador Cristovam Buarque:

O QUE O SENHOR PENSA SOBRE A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA, JÁ QUE ELA É UMA RESERVA AMBIENTAL IMPORTANTE PARA O MUNDO INTEIRO, E NÃO ESTÁ SENDO PROTEGIDA POR QUEM DEVERIA? GOSTARIA QUE RESPONDESSE COMO UM HUMANISTA, E NÃO COMO UM BRASILEIRO.

Essa foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque:

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam  pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro, ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

COMO HUMANISTA, ACEITO DEFENDER A INTERNACIONALIZAÇÃO DO MUNDO, MAS ENQUANTO O MUNDO ME TRATAR COMO BRASILEIRO LUTEREI PARA QUE A AMAZÔNIA SEJA NOSSA. SÓ NOSSA.

Depois dessa resposta o debate foi encerrado, não tinha mais o que ser dito ou ouvido. O impacto da resposta foi tão grande que muitos brasileiros presentes foram às lágrimas.

Esse discurso foi notícia nos Estados Unidos, Japão e toda Europa, todos admiraram a sabedoria de um brasileiro que ama incondicionalmente o seu país.

IMORAL

No Brasil é normal seus dirigentes serem vistos e sentirem-se como casta, com privilégios muito além dos direitos aos quais o povo tem acesso. Os serviços de saúde e educação à disposição das famílias dos eleitos são completamente diferentes daqueles dos seus eleitores. Ninguém se espanta com o fato de o teto do salário no setor público ser 25 vezes maior que o piso salarial do professor – cujo valor, apesar de tão pequeno, até hoje, um ano depois de sancionado, ainda é contestado na Justiça, como inconstitucional.

É visto como natural que a parcela rica do Brasil tenha o maior índice de cirurgias plásticas de rejuvenescimento em todo o mundo e a parcela pobre não tenha acesso nem mesmo às mais fundamentais operações; que os 10% mais ricos tenham esperança de vida de 72 anos e os 10% mais pobres de apenas 45 anos. Todos aceitam que milhares peçam esmolas para comprar comida e remédios que enchem as prateleiras de farmácias e supermercados.


Considera-se normal que os 1% mais ricos da população recebam 20,5% da renda nacional e os 50% mais pobres recebam apenas 13,2%; que 19% das casas não tenham água encanada e 51% não tenham saneamento ou esgoto. Aceitamos que 50 milhões dependam de ajuda no valor de R$182 por mês para a sobrevivência de toda a família, R$6 por dia, sem chance de trabalho com salário digno.


É natural que crianças vivam nas ruas, sejam mendigos, pivetes, prostitutas, trabalhadores, e não estudantes; que 11% delas cheguem aos 10 anos sem saber ler; e 60 abandonem a escola a cada minuto do ano letivo, antes da conclusão do Ensino Médio; e que entre as que permanecem, muitas vejam a escola como um restaurante-mirim que fornece merenda. É aceito que os professores tenham a menor remuneração entre os profissionais com formação equivalente; que dêem aulas em escolas sem água nem luz, raras com computadores e sistemas de vídeo. Ficou normal que as escolas tenham se transformado em campos de batalha, os professores sejam agredidos, as aulas viraram balbúrdia.


Mesmo sem guerra, nos acostumamos com 125 mil pessoas mortas por ano em conseqüência da violência. Aceita-se que o país com um dos cinco maiores territórios do mundo – além de litoral e espaço aéreo – não apóie suficientemente suas Forças Armadas para defenderem esse patrimônio.


Não discutimos sequer o fato de conviverem 4,5 milhões de universitários ao lado de 14 milhões de analfabetos adultos e 40 milhões de analfabetos funcionais; de que, 121 anos depois da abolição da escravatura, a cor da elite seja tão predominante branca quanto era durante a escravidão; é aceito como normal que as universidades sejam ocupadas, na imensa maioria, por jovens brancos e as prisões, por jovens negros; que em 120 anos da República, o Brasil tenha uma escola diferente para os ricos, na qualidade, da escola para os pobres; e que, depois de 20 anos de democracia, a corrupção seja vista como uma prática comum em todos os níveis da sociedade, especialmente entre os políticos.



É normal que nossas reservas florestais sejam devastadas sistematicamente; e que apesar de todas as evidências da catástrofe do aquecimento global, abramos mão de bilhões de reais em impostos para viabilizar o aumento na venda de automóveis privados, sem buscar uma reorientação dessa indústria, como forma de manter o emprego do trabalhador, o bem-estar do consumidor e o equilíbrio ecológico, a serviço das próximas gerações.


É normal prender quem rouba comida ou remédio para os filhos e deixar solto quem rouba bilhões, mas pode pagar bons advogados.


E é normal, nos dias de hoje, que os partidos que lutavam contra as injustiças tenham optado pelo abandono dos sonhos, entregado-se às mesmas práticas do passado e esquecendo-se de suas promessas. Na República, que comemora 120 anos, é normal que a justiça, a escola, a saúde, o transporte, a moradia, a cultura sejam tão diferenciadas, conforme a classe social, que as pessoas não pareçam compatriotas.


No Brasil, o anormal é normal; por isso, o normal é anormal. E imoral.
Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A FALTA DE COMPREENSÃO


O ser humano levado pela imaturidade que lhe faz companhia desde tempos imemoriais, acostumou-se a tudo querer sob a ótica do imediatismo, ao sabor da sua vontade, sem paciência para esperar que as coisas aconteçam no momento adequado, sem observar que a natureza não dá saltos, e que tudo está preestabelecido pelas sábias Leis que regulam o universo.
De certa forma essa atitude do homem, pode ser explicada não só pela sua imaturidade, como também pela ausência de amor em seu estado presente, o que não lhe faculta uma melhor visão da vida em seus múltiplos aspectos, pois é o amor que ilumina e harmoniza a criatura, é a alma da felicidade que preenche todos os vazios e aspirações do ser humano.
As pessoas carentes e perturbadas pela febre das posses externas acreditam que a felicidade reside na sucessão das glórias que o poder faculta e nos recursos que amealha. Ledo equívoco, por que o tormento da posse aflige e impulsiona a sua vítima a metas cada vez mais desmedidas, tornando sua existência numa busca desenfreada para possuir cada vez mais, não refletindo que a felicidade independe do que se tem momentaneamente, mas sim daquilo que se é, estruturalmente constituído pelo amor, sem necessidades de gestos grandiosos, manifestando-se nos pequeninos acontecimentos e situações naquele que o abriga.
Esta compreensão que o amor propicia conduz à solidariedade nos momentos difíceis, nas grandes dores, na solidão, na amargura que periodicamente aflige todas as criaturas, e que enquanto a pessoa não experimenta o suave envolvimento do amor, vive movimentando-se nas heranças dos desejos, nas teias dos instintos, sofrendo sempre quando os seus interesses não se encontram atendidos e suas aspirações não são correspondidas.
Preciso se faz ao homem entender que nos localizamos no contexto universal, e nossa tarefa essencial é a de auto-iluminação, que logo se desdobra em serviço a favor do progresso próprio e do seu semelhante, mediante a consideração pela ordem, não a violando, nem a submetendo aos caprichos e desejos que lhe predominam no mundo íntimo.
Alimentada pela seiva nutriente do amor, desenvolve-se no indivíduo os demais sentimentos da compaixão e da ternura, da caridade e do perdão, que são as partituras que mantêm as belas, suaves e harmoniosas melodias da vida.
Quanto mais se ama, mais nos inundamos de bênçãos alcançando as demais criaturas e envolvendo tudo a nossa volta, tornando-nos mais sadios, alegres, otimistas, sem preocupação doentia de possuir nada além do necessário para o nosso conforto e manutenção, entendendo definitivamente que os bens materiais não são capazes de nos fornecerem felicidade por mais que os tenhamos em abundância.
(Portal do Espirito - José Francisco Costa Rebouças)

O poder muda a pessoa

O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)
O psicanalista J. Lacan [1] ,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder [2] , altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.
Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "rei", tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os "comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "rei do pedaço".
La Boétie [3] parecia indignado em perceber o quanto o lugar simbólico de poder faz o populacho se oferecer a uma certa "servidão voluntária". Bourdieu chama-nos atenção para a força que o símbolo exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno. Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. ("Possuído", sim, pois o poder tem algo de diabólico, que tenta, que corrompe, etc).
Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. A moldura, é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força pulsional do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc.
No filme As loucuras do rei George III [4] , da Inglaterra, somos levados a perceber duas coisas:  o quanto que as pessoas recusavam a idéia de um rei que perdeu a razão em função de uma doença e, que fazer para impedir alguém que representa o poder máximo de uma nação, devido a suas loucuras?   
O poder faz fronteira com a loucura. Não é sem motivo que muitos loucos se julgam Napoleão ou o Rei Luis XV. Parece que há algo de "loucura narcísica" nas pessoas que anseiam chegar ao poder político (governante de uma cidade, estado ou país, ministro, membro do secretariado local), ou ao poder de uma instituição, empresa, departamento, pequeno setor de uma organização qualquer ou grupo qualquer. O narcisismo de quem ocupa o poder, revela-se na auto-admiração (o amor a si e aos seus feitos), na recusa em aceitar o que vem dos outros e no gozo que ele extrai do poder, que, levado ao extremo poderia revelar loucura. R. Kurz, é direto ao declarar que "o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas".
O sociólogo M. Tragtenberg certa vez observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo "social", mas estão  mesmo preocupados com a sua "razão do poder". Há uma espécie de "gozo louco" pelo poder, que faz subir a cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia.
Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma fôrma própria, um lugar que marca uma certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder -  costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.
O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, de quem me inspirei para continuar seu artigo, levanta os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com  as pessoas que chegam ao poder: 
1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em  trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.
2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.
3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".
4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram  chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação  com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.
5) Resistência em fazer auto-crítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade" [5] . Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".
Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".
Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.
___________
* Psicanalista e professor da UEM

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

20 SEAL que participaram da caçada a Bin Laden estão mortos


Um mistério ronda o destino dos homens envolvidos na caçada ao terrorista mais procurado pelos EUA. Mais de 20 soldados dos SEAL (unidade de operações especiais da Marinha dos EUA) que participaram da missão se suicidaram ou morreram em combate em outras missões no Afeganistão.
As mortes cobrem mais da metade da equipe que encontrou e matou o terrorista saudita em Abbottabad, no Paquistão, em 2 de maio de 2011. Entre os mortos está Job Price (foto), de 42 anos, comandante da missão. Ele teria cometido suicídio em 22 de dezembro de 2012.

Antes disso, em 6 de agosto de 2011, um acidente de helicóptero matou 20 dos soldados participantes da missão. O portal MSNBC trocou o texto da notícia sobre o acidente, negando que os soldados tenham participado da captura e morte de Bin Laden.

O jornal britânico Guardian e alguns blogs americanos noticiaram as mortes e notaram que elas aconteceram justamente com os soldados da unidade 6 dos SEAL. As Forças Armadas americanas abriram uma investigação para apurar a circunstância das mortes. Será apenas acidente ou queima de arquivo?
(

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ADMITIR ERROS...


 Assumir a culpa de nossos erros às vezes é muito difícil, transferi-los para outros é muito mais fácil.
"Projeção" - é o nome que se dá a este tipo de atitude na psicanálise e na psicologia.
O que vem ser este tipo de comportamento?  “operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro – pessoa ou coisa – qualidades, sentimentos, desejos e mesmo ‘objetos’ que ele desconhece ou recusa (em si)”. É comum encontrarmos pessoas tendo tal atitude em suas vidas. Muitos deles precisam projetar as suas frustrações em alguém ou em algum objeto. Por não assumirem os seus próprios erros e fracassos tais pessoas preferem responsabilizar outros por perdas e decepções.
"Assumir nossos erros exige muita coragem em um mundo que parece feito de pessoas que sempre ganham todas...Assumir nossa ignorância exige muita humildade nesse mundo de quem sabe tudo."
(Roberto Shinyashiki)

A caridade vem de dentro


Caridade. Para o espiritismo é a virtude máxima. É indiscutível que começa em casa, e, em síntese, é o amor em movimento.

Na óptica espírita, o oposto da caridade é o egoísmo. Ela é generosa, ele é mesquinho.
Não está em causa o manicaísmo resultante das concepções que se recusam a ver o ser humano como alguém submetido ao trabalho da sua própria evolução: todo o bem de um lado, do outro o mal. Herculano Pires já dissertou com mestria sobre a função do egoísmo nos horizontes evolutivos de onde vimos, via reencarnação, na sua obra «Curso Dinâmico de Espiritismo». O egoísmo é uma forma de comportamento que estamos a abandonar e que encontra as suas causas profundas no eterno desejo de estar bem, embora siga, é claro, pelo caminho errado. Ser não é possuir. Estar não é ser.
Não justifiquemos por isso o egoísmo, a que estamos a deixar de tender, quando se percebe que já temos condições de melhorar.
Essa tendência no percurso evolutivo de qualquer pessoa é parecida com a corrente de um curso de água na busca do oceano. Os rios, a partir da nascente, são rápidos, de leito abrupto, mas amansam à medida que atingem o mar e que envelhecem. Na evolução é também assim. E estamos no início, não nos iludamos.
Tão inconsciente é essa tendência de sermos egoístas, como se compreende, que agimos com ele, vindo de nós próprios, nas suas diversas roupagens sociais - a veste familiar, o pano comunitário e a farda nacional.

Resultados

Viver por viver não satisfaz. É importante viver bem. Seja neste plano de vida material, seja no Além. O egoísmo resseca, desalenta, infelicita. O amor refaz, desanuvia, alegra, e jamais se desgasta, tanto mais quanto mais depurado é. Isso porque é a meta evolutiva a que tendemos, em estágios mais amadurecidos.
A caridade - nada mais que o amor em movimento - é a grande desconhecida. Passa na história da Humanidade com personagens memoráveis, e assim sonhamos tê-la connosco. O grande problema é o de a conquistar: ela não se compra nem se transfere de uns para outros. Adquire-se, construindo-a no imo. Não é um objecto.
Também não é obra construída de agora para logo ou de hoje para amanhã, como um produto acabado. O psiquismo humano é complexo, como se se compusesse de diversas camadas que se justapõem numa individualidade una e única.
Um mergulho de superfície na caridade não é de desperdiçar. Mas daí a acreditar-se que o problema de a assimilar é imediato e rápido vai um longo caminho que desmente essa ilusão: o da experiência.
É compreensível: evoluir, amadurecer espiritualmente, não é seguir regras de fora para dentro, memorizar, mas sim debater ideias, estudar, aprender, testar, vivenciar para constituir sabedoria. E esta, património irreversível (quando muito apenas ocultado temporariamente via reencarnatória ou outra), segundo as situações concretas, verte atitudes luminosas de dentro para fora, sem esperar ou desejar aplauso, que não seja o da sua consciência feliz.

Ser e parecer

Caridade não é «caridadezinha». Temos uma amiga cuja prática é admirável. Integra uma equipa directora de uma associação de protecção à infância. Há algum tempo houve um jantar beneficente ilustrado com quem dizem ser o herdeiro da extinta coroa portuguesa. Esgotados os lugares, entre os sócios houve uma senhora que ficou ofendida por não lhe reservarem bilhetes ao ponto de entre impropérios dizer que ia deixar de ser sócia.
É um exemplo clássico. A contribuição dessa senhora revoltada feita até à data não perdeu valor. Ela é que rejeita a alegria de continuar a colaborar na satisfação das necessidades dessas crianças em séria dificuldade. Essa mistura do egoísmo e do orgulho com a caridade não é coisa fácil de erradicar. Porquê?
Porque a evolução para ser real, autêntica, tem de ser amadurecida em todas as camadas do nosso psiquismo, das mais superficiais para as mais profundas, e só quando atinge, se sedimenta nestas é que se torna mais frequente.
Vejamos a definição elevada, sucinta, clara e completa de «O Livro dos Espíritos»:
Allan Kardec: - Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
Resposta: - Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

Doação imaterial

Caridade é doação afectiva, desinteressada, espontânea. Traz aos destinatários um bem-estar real, não um gozo periférico. O espírito Emmanuel, numa mensagem ensina que ficamos apenas com o que damos.
Caridade é a fraternidade que acompanha o gesto, a atitude interior. Não é o gesto visualizado. Este pode apenas querer parecer, para merecer o aplauso mundano, conforme descreve o Evangelho.
Pensar nos outros, nas suas dificuldades. Ajudar... sem atrapalhar.
Neste cenário, contudo, quando uma mão se estende para auxiliar, torna-se necessário, em geral, que haja uma mão que queira receber. Este é um dos maiores entraves ao processo de aproximação que envolve a caridade. Os espíritos mais sábios sabem «convencer» o necessitado a aceitar a contribuição fraterna, ao cativá-lo, sensibilizando-o.
A caridade vai-se sedimentando no nosso comportamento tanto mais quanto mais o quisermos, sem angústias ou pressas. E começa nas mais pequeninas coisas. Às vezes ajuda reflectir no lado bom das pessoas mais próximas, em casa, no trabalho, na rua, ou das circunstâncias. Pensar na caridade sem ser de cima para baixo, como sendo eu o bom e o outro o desgraçado. Somos seres que caminhamos lado a lado, todos necessitados do amparo recíproco. Temos momentos melhores umas vezes, de outras têm os outros.
O que não resulta, por certo, é fazer cobranças a outrem, porque é melhor convencermo-nos, em benefício próprio, que ninguém - mas mesmo ninguém - tem qualquer obrigação de ser caridoso connosco, mas, de facto, nós próprios temos a maior obrigação de ser caridosos com os demais, entendendo-os, perdoando o que houvesse a perdoar, agradecendo a quota de generosidade com que de uma forma ou de outra nos beneficiam...
E aí, caridade pode ser o silêncio de alguém que nos tolera algum desassossego.

Os amigos

Às vezes, irreflectidamente, acreditamos que os nossos amigos são aqueles que jamais nos apontam os enganos, que nos dizem que somos os maiores do mundo, que nos batem nas costas, mesmo quando estamos quase a caminho de um colapso de consciência.
Caridade não é aplaudir, apoiar a asneira. É manter a fraternidade de, na altura certa, sem violência, dizer o que se pensa, mesmo que não nos seja perguntado directamente.
Dar mais espaço a alguém em caminhada acelerada para estertorosa queda não é ser seu amigo. Aparecer como se lhe desse apoio, isso não é ajudá-lo.
A caridade não exclui a disciplina nem uma conduta coerente, mas sem agressividade.

Caridade social

A nossa tendência a tomar os conteúdos pela forma conduz a confusões como as de considerar que a prática da caridade para ser autêntica obriga a participar necessariamente - e em casos extremos até a criar - em obras de assistência social como orfanatos, hospitais, lares de idosos. Diz-se que o movimento espírita brasileiro passou a ser respeitado pelas obras dessa índole que foi criando com muito altruísmo. Até pode ser. Mas o facto é que o que dignifica mesmo, e passa uma boa impressão para quem não é espírita, é a conduta da pessoa em causa: o seu equilíbrio, a sua brandura, a sua paz, a sua capacidade de perdoar, numa palavra o seu timbre de caridade.
Esta virtude não nasce de fora para dentro, a partir de regulamentos: é manifestação afectiva de dentro para fora. A base da caridade assenta na sensibilidade, no conhecimento, no discernimento.
Depois, a caridade não tem rótulo. Não existe uma caridade espírita, outra budista, etc.. O amor em movimento - a caridade - é universalista, ajuda sem olhar a quem, levantando o ser para a dignificação de si próprio. É louvável matar a fome e a sede a quem a tem, inquestionavelmente. Mas proporcionar-lhe educação para prover a si próprio é o mais desejável. A maior caridade não será a divulgação do espiritismo? 
(Jorge Gomes -Revista de Espiritismo nº. 34 - FEP)

domingo, 13 de janeiro de 2013

18 CURIOSIDADES LEGAIS

1 – “O coração humano produz pressão suficiente para jorrar o sangue para fora do corpo a uma distância de 10 metros.”
 
2 – Elefantes são os únicos animais que não conseguem pular (ainda bem!)

3 – Durante a expectativa de vida média, uma pessoa come aproximadamente o peso de 6 elefantes.

4 – O Planeta Júpiter é maior que todos os outros planetas do sistema solar juntos.

5 – A cada ano, 98% dos átomos do seu corpo são substituídos.

6 – Os americanos consomem 16.000 toneladas de aspirina por ano.

7 – Uma pessoa comum ri 15 vezes por dia.

8 – As formigas se espreguiçam pela manhã quando acordam.

9 – Milhões de árvores no mundo são plantadas acidentalmente por esquilos.

10 – Em 1987, as linhas aéreas americanas economizaram US$ 40.000 eliminando uma azeitona de cada salada .

11 – Se a Terra não girasse, não existiria vida. É que o lado do planeta que ficasse voltado para o Sol viraria um deserto muito quente e o outro lado seria muito escuro e gelado.

12 – A montanha mais alta do planeta é o Monte Everest, na Cordilheira do Himalaia, com 8.850 metros. Se consideradas as partes submersas, o vencedor seria o vulcão Mauna Kea, no Havaí, que tem 10.314 metros no total

13 – Nosso planeta leva 365 dias e 6 horas para dar uma volta ao redor do Sol, período que corresponde a um ano do nosso calendário.

14 – A constelação do Cruzeiro do Sul tem 54 estrelas, das quais só consegues ver 5 à vista desarmada

15 – O Telescópio Espacial Hubble é capaz de fotografar os olhos de uma mosca a 13 700km de distância, teoria ainda não demonstrada devido à inexistência de moscas no espaço

16 – O menor buraco negro  já descoberto, tem apenas 24km de diâmetro. Não te iludas: na verdade estes micro buracos negros exercem uma força de atracão muito mais forte que os grandes, ou seja, quanto menor, mais devastadores

17 – O Universo expande-se cerca de 1,6 bilhões de km por hora;

18 – Se 1 milhão de pessoas usarem o verso do papel para escrever e desenhar, a cada mês será preservada uma área de floresta equivalente a 18 campos de futebol.
(nãoveja.com)

sábado, 5 de janeiro de 2013

POR QUE O BRASILEIRO LÊ POUCO?



Para a Unesco, setor da ONU que cuida da educação e cultura, só há leitura onde:

1) ler é uma tradição nacional;
2) o hábito de ler vem de casa;
3) são formados novos leitores.


O problema é antigo: muitos brasileiros foram do analfabetismo à TV sem passar na biblioteca. Para piorar, especialistas culpam a escola pela falta de leitores. "Os professores costumam indicar livros clássicos do século 19, maravilhosos, mas que não são adequados a um jovem de 15 anos", diz Zoara Failla, do Instituto Pró-Livro.

Eis alguns dados estatísiticos:

 Países         Analfabetismo Livros Lidos por Ano Preço Médio
R$
 Livraria por 100 mil Habitantes
 Brasil 15% 1 40 1,25
 Chile 4% 5 25 3,33
 Argentina 3% 5 30 2,5
 Uruguai 2% 6 25 3,33


Fonte: Instituto Pró-Livro, Anl, Centro Regional para el Fomento del Libro na America Latina, el Caribe, España y Portugal (Cerlalc)
Revista SuperInteressante, edição 284, de novembro de 2010, p. 42.

13 REGRAS PARA LIDAR COM OS SOCIOPATAS NA VIDA COTIDIANA

1 - Aceite a dura realidade de que algumas pessoas literalmente não tem consciência.

2 - Em caso de conflito entre os seus instintos e o que se espera de alguém no papel de educador, médico, líder, protetor dos animais, humanista, pai ou mãe, siga os seus instintos.

Seu instinto entende sem precisar que lhe digam, que rótulos imponentes e respeitáveis não conferem consciência a quem não a tem.

3 - Quando pensar em um novo relacionamento, seja de que natureza for, siga a Regra dos Três com relação às afirmações e promessas que outra pessoa fizer e às responsabilidades que ela tem. Transforme a regra dos três na sua política pessoal.

Uma mentira, uma política não cumprida ou uma unica responsabilidade negligenciada podem decorrer de um mal entendido. Duas talvez representem um erro grave. Mas três ocorrências indicam que você está lidando com um mentiroso, e o engôdo é a essência do comportamento de quem não tem consciência. reduza o seu prejuízo e se afaste o mais rapidamente possível. Por mais difícil que seja abandonar o relacionamento, será melhor fazer isso logo do que mais tarde, quando os danos forem maiores. Não entregue seu dinheiro, seu trabalho, seus segredos ou seu afeto a quem falhou três vezes. suas doações valiosas serão desperdiçadas.

4 - Questione a autoridade.

5 - Desconfie da bajulação.

Elogios são ótimos sobretudo quando sinceros. Por outro lado a bajulação é exagerada e agrada a nosso ego de uma forma irreal. É uma característica do charme fingido e quase sempre envolve uma tentativa de manipulação, que, às vezes, pode ser inofensiva e, outras vezes, sinistra. Vigie seu ego afagado e lembre-se de desconfiar da bajulação.

6 - Se necessário redefina seu conceito de respeito.

Muitas vezes confundimos medo com respeito, e quanto mais tememos alguém, mais o vemos como merecedor de nosso respeito.

A decisão de separar o respeito do medo é  ainda mais importante para as nações e grupos. O político mesquinho ou arrogante, que ameaça os povo com lembretes frequentes da possibilidade de crimes, violência ou terrorismo e que depois ganhe esse medo reforçado para ganhar apoio tem mais chance de ser um trapaceiro bem sucedido do que um líder legítimo.

7 - Não entre no jogo.

A intriga é uma ferramenta poderosa do sociopata. Resista à tentação de competir com um sociopata sedutor, de enganá-lo,  de analisá-lo ou mesmo de enfrentá-lo.
8 - A melhor maneira de se proteger de um sociopata é evitá-lo, recusando-se a manter qualquer tipo de contato ou comunicação visual com ele.
O único método eficaz para lidar com um sociopata é impedir que ele  tenha qualquer tipo de acesso à sua vida. Os sociopatas vivem totalmente à margem das regras da sociedade, e por isso é perigoso incluí-los em relacionamentos e círculos sociais.
9 - Questione a sua própria tendência a sentir pena.

O respeito deve ser reservado aos generosos e moralmente corajosos. A pena é outra reação socialmente valiosa e deve ser reservada para inocentes que estejam de fato sofrendo e enfrentando um revés na vida. Os sociopatas tiram grande proveito dessa cortesia (pena) para explorar os outros. Não tenha medo de fechar a cara e, com tranqüilidade, ser direto.

10 - Não tente recuperar os irrecuperaveis.

Uma segunda (terceira, quarta e quinta) chance deve ser dada aos indivíduos que tem consciência. Se você estiver lidando com alguém sem essa característica fndamental, aprenda a engolir em seco e reduzir seu prejuízo. A certa altura, a maioria de nós precisa aprender a lição importante, ainda que desanimadora, que, por melhores que sejam as nossas intenções, não podemos controlar o comportamento - e menos ainda o caráter - de outras pessoas. Aceite esse fato da vida e evite a ironia de nutrir a mesma ambição do sociopata - controlar. Se não é isso que você deseja, mas ajudar os outros, dedique-se apenas àqueles que realmente queiram ser ajudados. Acredito que você descobrirá que a pessoa sem consciência não está entre eles. Você não é, em absoluto, culpado pelo comportamento do sociopata. Da mesma forma ele não é responsabilidade sua. A sua responsabilidade é cuidar da sua própria vida.

11 - Nunca concorde por pena ou por qualquer outra razão, em ajudar um sociopata a esconder seu verdadeiro caráter.

O apelo "Por favor não conte", na verdade em tom choroso e rangendo os dentes, é uma marca registrada de ladrões, pedófilos e sociopatas. Não dê ouvidos a esse canto da sereia. Os outros merecem ser alertados, enquanto os sociopatas não merecem que você os proteja. Se alguém desprovido de consciência insistir que você lhe "deve" isso, lembre-se do seguinte: "Você me deve essa" tem sido o chavão dos sociopatas por mil anos e continuará sendo. Foi o que Rasputim disse à imperadora da Rússia. Costumamos ouvir "Você me deve essa" como  uma cobrança da qual não podemos escapar, mas não é bem assim. Não o escute. Ignore também outro chavão: "Você é igualzinho a mim." Você não é.

12 - Defenda sua psique.

Não permita que uma pessoa sem consciência - ou várias - convençam você de que a humanidade é um fracasso. A maioria dos seres humanos tem consciência e é capaz de amar.

13 - Viver bem é a melhor vingança.

Trechos extraídos do livro Meu Vizinho é um Psicopata, de Martha Stout, tradução de Regina Lyra, editado pela Sextante, em 2010, páginas 175 a 180.