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segunda-feira, 2 de abril de 2012

HISTÓRIA DA SEMANA SANTA

Vem desde os primeiros séculos cristãos o costume de celebrar de modo especial a semana anterior à Festa da Páscoa, se bem que inicialmente as solenidades reduziam-se à sexta-feira e ao sábado.


O nome: No século IV, essa semana especial chamava-se Hebdomada paschalis (semana pascal), e no século seguinte passou a chamar-se Semana Autêntica. Isso em Roma. No Oriente, chamava-se Semana Maior. Por esse mesmo tempo surgiu o nome Semana Santa.

Duração: Como dissemos, inicialmente, talvez já nos tempos dos apóstolos, a Semana Santa era celebrada só a partir da sexta-feira. Eram dois dias (sexta-feira e sábado) de jejum rigoroso, em preparação para o domingo, em que se celebrava a ressurreição de Cristo. Depois, foi incluída também a quarta-feira, para lembrar o dia em que os chefes judeus decidiram prender o Salvador.
Lá pelo ano de 247, parece que já tínhamos toda uma Semana Santa. Um escritor desse tempo diz que muitos passavam todos esses dias sem provar nenhuma alimento. Em algumas igrejas, esses dias eram também de descanso para todos os servos e escravos. Algumas Igrejas celebravam todas as noites vigílias solenes de orações e leituras, com a celebração da eucaristia.

Onde Surgiu: Ao que parece, as cerimônias próprias da Semana Santa surgiram principalmente em Jerusalém onde, de certo modo, permaneciam mais vivas as lembranças dos últimos dias de Jesus. Essas solenidades foram imitadas pelas Igrejas do Oriente, depois pelas Igrejas européias. Só lá pelo século IX é que chegaram até Roma. É interessante notar que, já nesses primeiros tempos, na sexta-feira e no sábado jamais se celebrava a eucaristia.

Domingo de Ramos
O nome desse domingo já existia lá pelo ano 600 e pouco. Houve tempo em que esse domingo se chamava Capitulavium (Lavação das cabeças), porque nesse dia, os que iam ser batizados no sábado seguinte, participavam de uma cerimônia preparatória, quando suas cabeças eram solenemente lavadas.



A procissão de ramos: começou a ser feita em Jerusalém, no século IV, para relembrar a entrada solene de Jesus, aclamado como Messias. Não se tratava apenas de relembrar um fato do passado, mas de dar um testemunho público de fé em Jesus como o Salvador enviado.
Em Jerusalém, a procissão começava às treze horas, no Monte das Oliveiras. Cantavam-se hinos e salmos, e ouviam leituras da Escritura Sagrada. Finalmente, lá pelas dezessete horas, era lido o evangelho que descreve a entrada de Jesus em Jerusalém. Todos, então, com ramos de oliveira e palmas, saiam em direção da cidade, cantanto e orando. De tempos a tempos havia umas paradas, semelhantes aos “Passos” da Semana Santa brasileira.
Na Idade Media, a celebração do Domingo de Ramos deu oportunidade para grandes encenações do episódio. Em alguns lugares não faltava nem mesmo um burrinho de madeira, arrastado sobre rodas. Sobre o burrinho vinha uma imagem de Jesus.

Leitura da Paixão: Já era feita, nos tempos mais antigos. Lá pelo ano 1000, as Igrejas do norte da Europa introduziram o costume de fazer a leitura, ou o canto, de forma dialogada por várias pessoas. Salientava-se assim a dramaticidade da narrativa.

Quinta-feira Santa
Seu nome antigo era: Feria quinta in Coena Domini, Quinta-feira da Ceia do Senhor; isso já no século V. Em alguns lugares chamava-se Dia da Traição.

Missa dos Santos Óleos: Data do século VI o costume de fazer na Quinta-feira santa a bênção dos santos óleos. Isto é, do óleo usado para as unções nos sacramentos da Batismo,da Crisma e dos Enfermos.

Purificação do altar: Atualmente, depois da missa da tarde, o altar é deixado sem nenhuma toalha. A piedade popular em pouco tempo atribuiu a esse uso um sentido simbólico: a denudação de Cristo antes de sua crucifixão. Históricamente, parece que a origem da cerimônia foi o costume que havia de deixar o altar sem toalhas quando não se celebrava a eucaristia. Na idade Média, surgiu o costume de, nesse dia, se lavar o altar com água e vinho. Inicialmente era a prosaica limpeza do altar e de toda a Igreja para as solenidades de Páscoa. Mas em breve passou a ser um rito com significado simbólico.


Lava-pés: A cerimônia do Lava-pés procura reproduzir ritualmente o gesto de Cristo que lavou os pés de seus discípulos, como prova de amor e disposição para servir. O costume já existia desde o século VI. Em Roma, o papa lavava os pés de treze pobres, aos quais tinha servido uma ceia. Por que treze e não doze pobres? Conta-se que o Papa S. Gregório Magno costumava servir uma refeição diária a doze pobres: um dia havia um pobre a mais. Seria o Cristo disfarçado de mendigo.
O Lava-pés chama-se também Mandatum. Esse nome vem das palavras de Cristo cantadas durante o rito: “Eu vos dou, um novo mandatum, um novo mandamento.

Sexta-feira Santa

Nomes antigos:
Um dos primeiros nomes da Sexta-feira Santa foi: Parasceve, que era o nome do dia de preparação para a Páscoa dos judeus; segundo os evangelhos, nesse dia é que, Jesus foi crucificado. Tertuliano dava-lhe, no século III, o nome de Dies Paschae, Dia da Páscoa. No século IV, Sto. Ambrósio chamava essa sexta-feira de Díes amaritúdinis: Dia da amargura. Ainda agora é chamada também de Sexta-feira Maior.


Desde os tempos primitivos do cristianismo, nesse dia não se celebrava a eucaristia. Havia apenas leituras e orações. As cerimônias litúrgicas desse dia trazem ainda a marca de uma antiguidade muito grande. 
É composta de três partes:
1) Leituras e orações: A liturgia começa diretamente com leituras dos profetas, cantos e a leitura dialogada da Paixão. Há depois uma série de orações solenes pelas necessidades da Igreja e do mundo. A tradição dessas orações, abandonada no século VI, foi retomada pela nova liturgia depois do Concílio Vaticano II, que introduziu em todas as missas as assim chamadas “orações dos fiéis” ou “Oração da Comunidade”.

2) Adoração da Cruz: Desde logo é preciso fazer um esclarecimento: Aqui a palavra “adoração” significa apenas veneração solene. Adoração, no sentido próprio, pode ser prestada só a Deus.
A cerimônia da Adoração da Cruz, teve origem em Jerusalém, no século IV, depois que Constantino encontrou as relíquias da Cruz do Salvador. Aos poucos a cerimônia foi sendo adotada também por outras cidades onde havia relíquias da Cruz. Mais tarde, foi assumida por todas as Igrejas. Prestando uma veneração especial à Cruz ou ao Crucifixo, manifestamos nossa fé no Cristo Redentor, que nos salvou por sua morte. Adorando a cruz, é de fato ao Cristo que adoramos, reconhecendo nele o Filho de Deus Encarnado e oferecido em sacrifício por nós.

3) Comunhão: Desde os tempos mais antigos foi costume não celebrar a Missa na Sexta-feira Santa. Geralmente a explicação dada é que assim a Igreja quer manifestar seu luto pela morte do Salvador. Até o século VIII não havia nem mesmo a comunhão, que só aos poucos foi introduzida na liturgia do dia. Em l622, foi proibida a comunhão dos fiéis. Isso continuou até os nossos dias, quando foi reintroduzida.


Sábado Santo: Desde os tempos primitivos, também no Sábado Santo não havia celebração da missa. Os fiéis reuniam-se nas igrejas para uma última preparação dos que iam ser admitidos ao batismo. Eles tinham acabado de aprender o Credo, e nesse dia eram trazidos para diante da comunidade, para fazerem uma solene declaração de fé.

Ao cair da tarde começava a solene vigília, que se prolongava até o nascer do sol do Domingo da Ressurreição. Com o passar do tempo, o início dessa vigília foi sendo colocado cada vez mais cedo, até ser realizada na manhã do próprio sábado. Assim foi até a reforma realizada pelo papa Pio XII que, apropriadamente recolocou a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo. Assim, já não tem cabimento falar em Sábado da Aleluia. A comemoração da ressurreição é agora feita com muito mais sentido nas horas noturnas.
Solene vigília de Páscoa: Seu horário de início varia um tanto de lugar para lugar. De modo geral está marcado em torno das 22 horas. Sua liturgia consta de quatro partes:
 1) a bênção do fogo novo
 2) a bênção do Círio Pascal
 3) a bênção da água batismal
 4) a Missa de Páscoa

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