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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Historia do Banjo

O bansá é um instrumento folclórico rudimentar, de cordas dedilhadas, trazido para o Brasil pelos escravos africanos.
Talvez seja o mesmo que "banza": instrumento folclórico de quatro cordas dedilhadas, de origem africana. A designação provém do quimbundo (uma das línguas de Angola) "mbanza", que significa banjo.

Não há maiores informações bibliográficas para as duas palavras na Enciclopédia da Música Brasileira, mas tudo indica que se trata do ancestral do atual banjo.

Segundo o Dicionário Aurélio, banza (do quimbundo) é uma guitarra africana, rústica, de quatro cordas.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Dicionário Aurélio.

Historia do Banjo

“ Eu já tocava banjo no Originais do Samba, mas não deu certo, ai no Cacique tudo aconteceu”. Disse Almir Guineto em um relato no ultimo DVD do Fundo de Quintal.

A História

O Banjo é de origem Africana. Em 1619, navios holandeses desembarcavam escravos africanos na Virgínia. Passado um século, o tráfego de escravos para a América estava em plena atividade.
Por volta de 1727 havia 75000 negros nas colônias norte-americanas, e de 1790 até 1800 havia mais de um milhão de negros nos estados Unidos da América, mais de cem mil eram livres, fato importante, os negros formavam quase dezenove por cento da população.


Tal foi o rápido desenvolvimento dum sistema sócio-econômico que resultou no transplante de boa parte da cultura africana para as terras do Novo Mundo. Foi Thomas Jefferson que, em 1782, induziu o Legislativo da Virgínia a aprovar uma lei que permitia a qualquer pessoa por testamento ou outro instrumento estrito, selado e assinado por testemunhas, emancipar seus escravos. Jefferson tratava bem seus escravos , mas não hesitava em vendê-los em praça pública, quando havia necessidade.
Ele admitia também a superioridade dos negros sobre brancos e índios em relação à aptidão musical. Jefferson afirma que os negros também tinham aptidão para fabricar instrumentos musicais de maneira simples com material de fácil obtenção. Escrevendo sobre os negros e a música em suas Notes on Virgínia, Jefferson diz: - O instrumento próprio deles é o banjar ou banjor, que para cá trouxeram da África, e que é o antecessor da guitarra no Brasil violão, pois as suas cordas são precisamente as quatro cordas graves da guitarra. Este é o instrumento que veio a ser conhecido como banjo. Jefferson não é historicamente exato quando diz que o banjo foi o antecessor da guitarra, pois há indícios que sugerem o contrário: isto é, que a bania (conforme se chamava) da África Ocidental foi modificação da guitarra árabe (da qual se originou a guitarra européia).

Assim os escravos africanos traziam para a os Estados Unidos um instrumento que fincaria raízes no folclore dos Estados Unidenses. Então geração após geração os negros construíam banjos por processos como: grande cabaça sem miolo, com bojo aparado nivelado ao cabo preso na cabaça; na concavidade da cabaça era esticada uma pele de guaxinim curtida, formando como que uma pele de tambor. Passavam-se quatro cordas, por cima dum cavalete colocado perto do centro do tambor, e fixavam-se no braço ou cabo do instrumento; essas cordas eram feitas de qualquer material adequado que houvesse à mão.

Uma canção Bonja Song foi publicada em folha avulsa entre 1818 e 1821. O banjo era também chamado de bonja ou banga nesse período. Por volta de 1845, deu-se a transição do banjo de quatro cordas para o banjo de cinco cordas, o nome do responsável, não é conhecido.

Em 1886, George Cable, em um artigo seu intitulado A Dança na Praça Congo, após presenciar a dança, afirma que o principal instrumento condutor da música é o banjo, que possuía apenas quatro cordas e não seis. A partir de 1880, um tipo de dança conhecido como cakewalk (dança rural que era feita com movimentos alegres dos negros ao som do banjo, porque não podiam ficar parados, e aos domingos parece que os seus donos davam um bolo a quem fosse melhor na dança) foi se tornando cada vez mais popular e o seu acompanhamento era feito pelo banjo, era um número dentro do menestrel shows, que eram produzidos por brancos de rosto pintado e que depois com a guerra civil e a emancipação dos negros, passou a ser produzido pelos próprios negros e que mais tarde passou para os atos de variedades que marcou a passagem para os vaudeville, não obstante o banjo é o instrumento que faz a convergência do ragtime e do blues no jazz clássico de Nova Orleans, além da polêmica quando ao seu introdutor no movimento de pagodes nos anos 80.

Os banjistas de meados do século XIX entoavam canções de minstrels, que décadas após desembocam no ragtime. Em 1876, Lafcadio Hearn, observador dos costumes afroamericanos, nos fornece dicas dos antecedentes folclóricos do ragtime e do jazz via o trecho que segue de um artigo intitulado "Vida no cais". Numa noite fresca de primavera, quando o cais está banhado em luar, a luz dos lampiões dança rubra sobre as água, o ar límpido vibra à música sonora dos apitos de tons graves, e o som tumultuoso de banjos passa pelas portas abertas dos dancings do cais... A combinação do ritmo do cakewalk com a técnica do banjo é precursora direta do ragtime. O banjo raro até 1918 na seção rítmica da jazz band clássica foi aos poucos substituindo a guitarra.
Assim o banjo e suas variantes tiveram popularidade duradoura, sendo bastante difundido como instrumento folclórico, de salão e do teatro de variedades. O banjo moderno normalmente possui cinco cordas metálicas afinadas (sol, dó, sol, si, ré quando a afinação é em dó) e sol, ré, sol, si, ré, quando a afinação é em sol. Nos anos 20 e 30, o banjo tenor possuía a seguinte afinação: do sol, ré, lá e era muito utilizado, após a guerra o banjo de cinco cordas voltou a ser mais usado, atualmente a afinação do banjo tenor é sol, ré, lá, mi. Alguns autores falam de um banjo de três cordas .

 
Banjo brasileiro

Nos anos 80, quando acontecia um pagode, era tudo acústico, o cavaquinho, cujo som perdia em volume para os instrumentos de percussão, foi substituído pelo banjo, que adaptado pela casa Del Vequio, por conta própria ou a pedido de Almir Guineto, que assume a autoria de ter introduzido o banjo no samba. Temos também no livro de Oneida Alvarenga uma foto de 1938, onde aparecem três banjos com o formato atual. O banjo brasileiro é afinado em ré, si, sol,ré, mesma afinação do cavaquinho.

Origem: fabricado pelos negros que vinham da África, feito de material simples (cabaça, pele de guaxinim, cordas de materiais simples e diversos).

Afinação: RE-SOl-SI-RE( Banjo-cavaco) ou do-sol-re-la. Sol-re-la-mi .

Número de cordas: 3, 4,5 e seis cordas usado em: acompanhamento de danças próprias dos negros, mais tarde em canções folclóricas, e com a evolução da música estadunidense, usado como instrumento solista e no acompanhamento, nos primórdios do ragtime até chegar ao jazz.
(Marcio Lins - Banjo e Samba)



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